Total de visualizações de página

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Um dia qualquer


Num dia como outro qualquer uma garota acordou muito ansiosa. Levantou-se, tomou uma ducha e dirigiu-se à varanda. Olhava os carros passar esperando que o tempo parasse. Por alguns minutos até achava que conseguiria, mas depois de vários carros cruzarem a avenida, fincou os pés no chão e decidiu enfrentar o que estava por vir. Ligou a televisão, mas nada conseguia captar sua atenção. Seus pensamentos estavam todos voltados para o acontecimento de mais tarde. Decidiu tentar relaxar ouvindo música. Colocou o cd de sua banda favorita, Criança Bee, e deitou-se por um curto período de tempo. Percebeu que nada mesmo a faria esquecer do seu cruel destino. Tentou se conformar, mas não era do tipo de pessoa que se conformava com as coisas. Ligou para os amigos buscando distração. Por alguns instantes outros assuntos se misturaram com seus pensamentos. Infelizmente, sempre acabava voltando à estaca zero. Pediu o almoço por telefone, sua última refeição. O almoço não chegava e isso a deixava tranqüila. Afinal, enquanto o almoço não chegasse estaria segura. Assim que o almoço acabasse, teria a certeza de que o momento estaria chegando. Cada mordida era como um toque de recolher, soando em contagem regressiva. Acabou! Sua última refeição tinha chegado ao fim. Sua cama parecia o lugar mais confortável no momento e voltou a dormir. Talvez seus sonhos funcionassem como uma fortaleza, impedindo a entrada do medo. Dentro de algumas horas teria que seguir seu destino. Acordou novamente com o despertador em seu criado-mudo. Naquele momento, achou o toque do despertador parecido com uma marcha fúnebre. Ou talvez o medo estivesse perturbando todos os seus sentidos. Esperava apenas não sentir dor. Sua última esperança!

Nenhum comentário: